quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Capital Inicial - Rua 47

Grupo brasiliense e um dos maiores nomes do Rock BR da década de 80. Depois da saída do vocalista Dinho Ouro Preto em 1992 (ele tentaria uma má-sucedida carreira solo), a banda recrutou o cantor santista Murilo Lima - ex banda Rúcula (o Capital chegou a por um anúncio na rádio 89FM de São Paulo a procura de um vocalista). Com ele, gravaram dois álbuns, "Rua 47" de 1995, e "Ao Vivo" em 1996, até Dinho retornar no fim de 1997. Neste disco, a banda optou por um som mais pesado com guitarras distorcidas, arranjos e letras mais maduras. Com o Murilo, o Capital virou outra banda praticamente. No disco, destacam-se as baladas "Mil vezes" e "Separação", bem como a canção-título "Rua 47", um hard&heavy de primeira linha. A banda lançou também seu próprio selo durante esse período. As influências  metal/grunge/punk ainda renderam boas canções como "A Lei da Metralhadora" e a melhor música do álbum, "Desdêmona". Apesar da qualidade, infelizmente o disco não deslanchou, mas deu a banda uma sobrevida de shows. Aproveitando esse período, o grupo lança uma versão ao vivo desse álbum em 96, mas que também passa desapercebido. Ainda assim, podemos dizer que o disco é bem melhor que o projeto de Dinho, o tal de "Grupo Vertigo" e seu disco solo de 1995. Depois dessa época em baixa, em 1998 o Capital retoma a formação original e solta um excelente e inspirado álbum de inéditas, "Atrás dos olhos" e logo após investe no formato acústico que os coloca no topo novamente. Praticamente nada sobrou dessa fase, pois nos dias de hoje eles não tocam mais essas faixas em seus shows, mas vale sempre dar uma atenção a esse período fértil do Capital Inicial.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Romeo Void - Warm, in your coat

Banda pós-punk, oriunda de San Francisco (EUA), criada em 1979. Era formada pelo saxofonista Benjamin Bossi, a vocalista Debora Iyall, o guitarrista Peter Woods e o baixista Frank Zincavage. No grupo, passaram vários bateristas, começando com Jay Derrah e terminando com Aaron Smith. Possuiam um som único, e mantinham-se firme na convicção de seu próprio estilo, mesmo com uma gravadora querendo mudá-los constantemente. Debora era uma "anti-star" total, descendente de nativos americanos e sempre um "pouco" acima do peso. Sua voz e letras eram sempre sugestivas e hipnóticas. A banda teve três lançamentos, "Its a condition", "Benefector", "Instincts", e mais um EP ("Never say never") e uma coletânea ("Warm, in your coat"). Eles são conhecidos pelas músicas "Never Say Never" e "A Girl in Trouble"; esta última tornou-se um hit que entrou no "40 pop Top", dizia-se na época que esta canção era uma resposta feminina para o hit "Billy Jean", de Michael Jackson. A banda foi iniciada no Instituto de Arte de San Francisco por Debora Iyall e Zincavage. Eles lançaram um single pela 415 records, antes de gravarem seu álbum de estréia, que foi considerado uma "obra-prima do pós-punk americano". O sucesso de seu segundo lançamento, um EP de 4 músicas, "Never Say Never", resultou em um contrato de distribuição com a Columbia Records. A banda continuou tocando em turnês, até que se separaram em 1985. Os membros se reuniram brevemente ao longo dos anos. Definitivamente, uma banda norte-americana muito subestimada, e que pagou um preço caro, por fugir dos padrões pré-estabelecidos de imagens e sons comerciais. Debora Iyall hoje é professora universitária, mas continua a seguir a música como um projeto paralelo, além de ser reconhecida como letrista hábil, explorando temas como a sexualidade, alienação e exploração midiática. 

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Battlezone - Children of Madness

Projeto\banda do lendário ex vocalista do Iron Maiden, Paul Dianno. Depois de sair do Iron, Dianno fez parte de vários outros conjuntos, entre eles o Battlezone, formado por ele, Graham Bath e John Wiggins nas guitarras, Steve Hopgood na bateria e Pete West no baixo. Depois de seu disco auto-intitulado "Di'anno" (1984), que trazia um quase AOR/Glam, Children of Madness de 1987, mostrava um hard&heavy mais pesado, mas típico do período. Com esse play, ele emplacou duas músicas, "I DON'T WANNA KNOW", single do álbum e com clipe bem característico, e a direta e seca "RIP IT UP". O disco apresentava também uma faixa intitulada "METAL TEARS", que era sobre um cara incapaz de ter um relacionamento estável, por isso constrói um robô feminino, com quem se apaixona. A idéia original veio de um livro intitulado "Clone". Porém, a faixa recebeu críticas da mídia, por ser muito semelhante a letra "London", do disco "Rage for order" do Queensrÿche. O guitarrista Graham Bath, que havia sido recrutado para a segunda guitarra, não estava entusiasmado com a turnê, então  foi demitido da banda. Peter West, o baixista, recomendou o músico Alf Batz, que se juntou a tempo para ir a Nova York e aparecer no clipe de " I Don't Wanna Know ". Não era nenhuma novidade que drogas e brigas pressionavam a banda. Pouco antes de terminar a turnê, a maioria dos membros haviam deixado Di'Anno, que precisou de um grupo de apoio, para completar a turnê e cumprir o seu contrato. Posteriormente, os guitarristas  Randy Scott e Dave Harman, e o baixista Eddie Davidson entraram para o Battlezone. No entanto, a banda já estava muito desgastada e se desfez tempo depois. Após a dissolução da Battlezone, Di'Anno formou o Killers, projeto de power metal que lançou quatro álbuns. Não se deve ouvir Battlezone esperando Killers ou Iron Maiden, pois Paul parece aqui, estar interessado em um material mais melódico, na linha de grupos como Dokken e WASP. Mas, o som é honesto e bem executado, no entanto. Vale a pena uma audição.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Jermaine Jackson - Dynamite


Todo mundo que conhece música, já ouviu falar de Michael Jackson, pelo menos uma vez na vida. Um ícone, que dispensa apresentações. O que pouca gente sabe ou lembra, é que na década de 80, ele tinha um simpático irmão, que tentou seguir seus passos dentro desse mesmo universo musical. Jermaine Jackson é o terceiro irmão mais velho, e ex-integrante do Jackson 5. É também contrabaixista, sendo dele as linhas de baixo que davam suporte ao conjunto. Assim como Michael, também saiu em carreira solo, tendo inúmeros singles entre os top 20 da época. Em 1984, ele grava seu mais-bem-sucedido trabalho, o disco "Dynamite", sucesso nos Estados Unidos, e que atingiu a marca # 15 na Billboard Hot 100. O disco trazia o som pop e dançante, que dominou todo aquele período, além de algumas participações especiais, como da cantora Whitney Houston e seus irmãos dos Jacksons. O maior destaque do álbum, foi a canção "When the rains begins to fall", um dueto com a cantora e musa teen Pia Zadora, e que foi originalmente gravada para a trilha sonora do filme "Voyage of the rock aliens". O clipe da canção pode ser considerado um épico daqueles tempos (e um dos mais ridículos também é claro, confira no youtube), tendo os mesmos ingredientes dos videos do irmão Michael, ou seja, bela coreografia, um enredo bem trabalhado e aquele figurino colorido e tosco daqueles tempos. É claro que sua gravadora queria faturar em cima de Jermaine, assim como fazia com Michael, mas Jermaine não era Michael, e muito do que foi feito por Jermaine, erroneamente foi visto como um quase plágio em cima de seu irmão mais famoso. O restante do disco é até razoável,  trazendo músicas como "Sweetest sweetest" e "Do what you do", que chegaram a liderar as paradas de numerosos territórios europeus, como Bélgica, Alemanha e França. Outro ponto alto é "Take good care of my heart", um dueto com a então desconhecida Whitney Houston,  e que também mais tarde apareceu no álbum de estréia da cantora, lançado em 1985, pela Arista Records. Infelizmente, com o passar dos anos, Jermaine foi desaparecendo da mídia, chegando até a trabalhar como cineasta, produzindo nos anos 90, a premiada série “The Jacksons: An American Dream”, que conta a história da família. Hoje ele se encontra bem afastado dos holofotes, principalmente após se converter ao islamismo e mudar o nome para Muhammad Abdul-Aziz. Vale a pena conferir esse grande clássico.

sábado, 2 de julho de 2016

PRETTY BOY FLOYD - Leather Boyz with electric Toyz

Quarteto glam-metal formado nos Estado Unidos. A banda escolheu o nome "Pretty Boy Floyd" para descrevê-los: quatro adolescentes foras-da-lei, armados com licks de guitarra, maquiagens e que partiram para conquistar o mundo. O grupo assinou com a gravadora MCA e lançou seu primeiro disco "Leather Boyz..." em 1989. O álbum produzido por Howard Benson, teve um impacto significativo, sendo citado como um dos discos mais "quentes" do ano, por revistas como Metal Edge e Spin. Deste álbum, emplacaram dois hits, "I Wanna Be With You" e "Rock and Roll", exibidos exaustivamente pela MTV americana. A banda excursionou o mundo e foram reconhecidos como os reis da Sunset Strip, quebrando recordes de público, que antes eram de Van Halen e Warrant. Seu álbum chegou a marca de 750.000 cópias vendidas em todo continente. Com a chegada do grunge e do rock alternativo, a banda simplesmente desapareceu do mapa, vindo a lançar um segundo play somente em 1998, "A Tale of Sex, Designer Drugs, and the Death of Rock N Roll", que acabou passando desapercebido pela mídia. Recentemente, uma nova geração de fãs jovens, que não estavam sequer na escola quando a banda surgiu pela primeira vez, começou a redescobrir sua música, demonstrando que não importa o que os críticos pensam, ou que as tendências ditem regras, o som do Pretty Boy Floy sempre será festivo, atemporal e com muita atitude Rock&Roll.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

YAHOO - 1988

Em 1988, o guitarrista virtuoso Robertinho do Recife, decide montar um grupo pop-rock, com influências de Hard Rock e AOR, após desmanchar o METALMANIA, sua antiga banda de Heavy Metal. Para isto, cogitou a hipótese de ter a cantora Rosana (do hit "Como uma deusa") nos vocais, algo que durou pouco tempo, sendo substituída pelo cantor Zé Henrique, cunhado da empresária Marlene Mattos. O primeiro disco veio com “Mordida de amor”, versão de "Love bites", do grupo Inglês Def Leppard. As versões em português para canções do Hard Rock marcariam toda a trajetória do Yahoo. O sucesso foi imediato e o grupo “estoura” em todo o Brasil. O conjunto ainda tinha na formação Marcelo Azevedo (teclado, guitarra e vocal) e Marcelão (bateria e vocal). Outras canções que se destacaram neste disco foram "Pra Você Voltar" e "Delicious", esta última tema da novela "O Salvador da Pátria".
No ano seguinte, com álbum novo, "Oração da Vitória", emplacam a canção "Anjo" (versão de "Angel" do Aerosmith), que foi tema da novela "O Sexo dos Anjos". Agora, a banda contava com um novo membro, Val Martins, que mais tarde, viria a se tornar um bem-sucedido cantor gospel.
Em 1990, Robertinho decide abandonar a banda e tocar sua carreira solo. O Yahoo lança o álbum "Yahoo III". Aqui, o destaque são as canções "Sonho Encantado" (tema da novela "Barriga de Aluguel"), "Veneno" e "Somos a Luz da Manhã", as duas últimas temas do filme "Sonho de Verão", no qual os músicos faziam parte do elenco, ao lado da turma do programa XUXA.
 Em 1992, sai o álbum "Pára-Raio". Novamente com cinco integrantes (desta vez, quem entrou foi o guitarrista Serginho Knust, que já tocava com a banda como músico contratado desde 1989), a banda grava as canções "Pára-Raio" (versão de "Hide You Heart", do Kiss), "Sozinho" (versão de "Reflections of my life", do The Marmalade), e "Como o Vento" (versão de "Wind of Change", da banda Scorpions). Destaque também para a romântica "Paixão Esquecida", tema da novela "Deus Nos Acuda".
Em 1994, lançam "Caminhos de Sol", tema da novela "A Viagem", que emplacou em todas as rádios brasileiras. O grupo continua com seus shows por todo país.
Em 1996, lançam o álbum "Arquivo", com pouca divulgação comercial, e que acabou decretando o fim do grupo. Seus integrantes passam a trabalhar em seu estúdio de gravação, o Yahoo Studio, um dos mais requisitados estúdios de gravação e produção musical do Brasil.
Após dez anos, em 2006 o Yahoo volta, lançando o álbum "Versões", que traz mais sucessos do hard rock em versões em português. O disco conta com músicas de bandas como Journey, Kiss e Poison.
Atualmente a banda continua em atividade, com nova formação e excursionando por todo Brasil. Já Robertinho de Recife, reativou o METALMANIA, seu antigo conjunto, para algumas apresentações comemorativas.

WHITE SISTER - 1984

O cenário era a Hollywood da década de 1980. Enquanto haviam inúmeras bandas novas e muitos fãs entusiasmados com aquela cena, um grupo de jovens músicos e amigos de escola, também executavam seus primeiros passos ao lado de medalhões como Mötley Crüe, Ratt, Great White, Rough Cutt, etc. Neste fértil período, os grupos começam a assinar seus primeiros contratos.
Surgido na Califórnia no começo da década de 80, o White Sister foi responsável por dois grandes discos clássicos do Hard/AOR daquela época. Durante um típico final de semana americano, encontram acidentalmente o tecladista/produtor Gregg Giuffria (Angel, Giuffria, House of Lords) em um posto de gasolina. Eles resolvem arriscar e perguntar se ele poderia trabalhar com a banda. Inacreditávelmente Gregg aceita, e logo depois já começa a produzir os garotos. Para o primeiro disco, a formação era Dennis Churchill (vocal, baixo), Rick Chaddock (guitarra), Gary Brandom (Vocal, teclado) e Rick Wright (bateria). No álbum, Brandom e Churchill dividiam os vocais. Eles conseguem um contrato com a EMI e gravam seu debut de estréia. Sobre o álbum, o tecladista Gary Brandom comenta: “O som era uma mistura de guitarras pesadas, bateria raivosa, teclados/sintetizadores e grandes harmonias de três partes.” Foi lançado em 1984 e ganhou o status de ser um dos melhores discos “Melodic Rock” da época, principalmente no Japão. As vendas foram medianas, mas o conjunto estava em alta e tinha um futuro promissor. Canções como “Don’t say that you’re mine” e “Can’t say no” demonstravam todo o peso e potencial harmônico do conjunto.
Agora estávamos em 1986 e o White Sister entrava em estúdio para registrar “Fashion by Passion”, segundo play da banda, que decide migrar para a gravadora FM Records, pois na EMI não recebiam a atenção devida. Aliado a isso e alegando diferenças profissionais, o tecladista/vocalista Gary Brandom pede demissão, fazendo o grupo seguir a estrada como um trio. Para a divulgação do disco, excursionam no Reino Unido e registram uma série de shows, que se tornariam bootlegs posteriormente. A canção “A place in the heart” abre o álbum, com uma pegada mais pop, depois seguem “Fashion by passion”, “Dancin on midnight”, “Save me Tonight” e talvez o ponto alto do disco, a canção “April”, com vocais grudentos e um coro simples, onde os teclados cedem lugar a um dos melhores solos de guitarra de Rick Chadock. As próximas músicas são “Until it hurts”, “Troubleshooter” e encerram com “Lonely teardrops” de Jackie Wilson. A parte baixa do disco é o cover de “Ticket to ride” dos Beatles, que recebeu uma roupagem mais comercial, porém descartável.
Apesar de tudo estar a favor da banda, misteriosamente o White Sister não consegue se firmar no cenário Hard&Heavy, fazendo o vocalista Dennis Churchill atribuir o fracasso à problemas ligados ao marketing do grupo e a empresários ruins. A banda teve um número expressivo de músicas incluídas em trilhas sonoras de filmes, entre elas: “Save me tonight” (A Hora do Espanto), “Fashion by passion” (Stella), "Dancin' On Midnight” ("Halloween 5: A vingança de  Michael Myers"), “Restless Heart" (Kid), "Touch the sky" (Trashin") e finalmente “April” (Noite de brincadeiras mortais - 1986). Com toda essa divulgação, fica difícil de entender o porquê da banda não ter emplacado comercialmente.
Em 1987 o White Sister termina seus shows e encerram as atividades, com seus músicos dedicando - se a outros projetos paralelos. Um terceiro disco chegou a ser gravado em 1988, mas não foi lançado. Já em 2008 se reúnem novamente para a gravação de um DVD ao vivo em Nottingham, Inglaterra, chamado “Straight from the Heart" - LIVE at Firefest 2008.
O único ponto negativo fica por conta da morte do baterista Rick Wright, em 2006, com apenas 44 anos de idade.
Em 1991, Dennis, Rick e Wright montam um novo projeto voltado ao Hard e Southern Rock, chamado Tattoo Rodeo, que registra um disco pela Atlantic, mas isso já é uma conversa para outro dia...rs

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