terça-feira, 17 de agosto de 2010

Pantera - Power Metal


Nos anos 80, o Pantera era mais um grupo glam da Califórnia, de visual andrógino, tipo Poison. Contavam com Terry Glaze nos vocais, que seria posteriormente chutado da banda para a entrada de um novo vocalista, no quarto disco, "Power Metal", de 1988. Na época, Glaze foi informado sobre um contrato com a gravadora pertencente a Gene Simmons do KISS (Simmons Record), mas acabou rejeitando o mesmo, vindo a deixar o grupo sem direito a nada. Os membros restantes convidam então Phil Anselmo para assumir o vocal do grupo. Anselmo era natural de New Orleans e membro do conjunto White Razor, além de tocar em bandas covers do Judas Priest. Nascia "Power Metal", deixando claro as infuências do vocalista atual: Judas Priest, Slayer, Hellhammer e Venom. Durante as gravações, Anselmo regravou algumas canções de Glaze. Contendo 10 faixas, o disco apresentou algumas mudanças de sonoridade bem repentinas, passando por estilos como hard rock, heavy metal, speed metal e thrash metal. Teve ótima aceitação e um excelente retorno comercial para eles. Destaque para a música "Proud To Be Loud", co-escrita com o guitarrista do Keel, Marc Ferrari, que também sola em "We'll Meer Again". Depois desse álbum, abandonam de vez o visual poser e gravam em 1990 outra obra-prima, “Cowboys from Hell”. O resto da história, todo mundo conhece...


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Triumph - Rock & Roll Machine


O segundo álbum dos canadenses do Triumph, lançado em 1977, demonstra que, apesar das inevitáveis (e um tanto batidas) comparações com o Rush, a banda possuía uma sonoridade própria, mais vigorosa. Aliás, comparações essas que, geralmente, levam em conta fatores não necessariamente relacionados à música propriamente dita, como o fato das duas bandas serem power-trios e virem da mesma cidade (Toronto), além do fato do guitarrista e vocalista Rik Emmett possuir um vocal bem semelhante a de Geddy Lee (o que é de fato verdade).

Apesar de outra semelhança ser a introdução de elementos de rock progressivo, o Triumph nunca abraçou completamente o estilo (diferentemente do Rush), adotando em vez disso uma sonoridade cada vez mais identificável com o Arena Rock.

A faixa-título mesmo é um bom exemplo disso. Claramente a melhor faixa do álbum, ela viria a ser 'figurinha carimbada' nos shows da banda. Aqui é possível destacar a energia e empolgação características da banda, contando com um Rik Emmett particularmente inspirado, com um solo de tirar o fôlego.

Isso remete, aliás, a outro aspecto digno de nota. É fácil constatar que, assim como o Eddie Van Halen na sua banda, Rik Emmett é claramente superior aos seus companheiros, em termos de técnica. O baterista Gil Moore e o baixista (e às vezes tecladista) Mike Levine são competentes, mas não mais que isso. Além do lado técnico, o guitarrista também é o principal responsável pela introdução de elementos que conferem diversidade às composições da banda. É certo que esses elementos podem ser uma faca de dois gumes, como no caso da suíte 'City' (uma das incursões progressivas da banda). Dividida em três partes, sendo a primeira 'emprestada' do tema do documentário 'Planets' (assim como o King Crimson também já fez), a faixa só fica interessante na segunda parte, 'El Duende Agonizante', uma passagem flamenca. A introdução de passagens acústicas viria a se tornar comum em discos posteriores, passagens essas que incluiriam também elementos de música clássica e até country.

Emmett também é responsável pelas canções que flertam com o AOR, como é o caso de 'Bringing It on Home'. Já Moore é o principal responsável pelas composições mais pesadas, como a faixa-título e 'Takes Time'. Tais diferenças musicais são o motivo da tensão entre os dois, resultando eventualmente na saída de Emmett da banda.

Outra faixa de destaque é uma excelente cover de 'Rocky Mountain Way', de Joe Walsh.

domingo, 1 de agosto de 2010

Alcatrazz - No Parole from Rock 'n' Roll


Depois de ter sido demitido do Rainbow (e de uma breve passagem pelo Michael Schenker Group), o vocalista Graham Bonnet formou o Alcatrazz. Claramente calcada nos moldes de sua ex-banda, ele contou, inicialmente, com a colaboração de um jovem guitarrista sueco, fã ardoroso de Ritchie Blackmore: Yngwie J. Malmsteen. Tudo, desde as inflexões clássicas aos trejeitos e expressões faciais do temperamental guitarrista inglês durante suas performances tiveram um grande impacto em Malmsteen.

Complementando a formação, foram chamados o tecladista Jimmy Waldo, o baixista Gary Shea (ambos ex-New England) e o baterista Jan Uvena (ex-Paley Brothers).
Apesar das semelhanças com o Rainbow, o primeiro álbum da banda, No Parole from Rock 'n' Roll, é bem-sucedido nos seus próprios méritos. É um ótimo álbum, consistente, ainda mais para um álbum de estréia. Aqui percebe-se a louvável técnica de Graham Bonnet, dono de uma voz potente, cristalina e de longo alcance.
Mas a personalidade musical que prevalece mesmo é a de Malmsteen. Além de ser o principal compositor do álbum, o guitarrista sueco já surge aqui com o estilo com o qual faria fama, misturando influências clássicas (Paganini, Bach, etc) e barrocas com virtuosismo extremo e solos rápidos e ininterruptos, abrindo caminho para a onda dos 'guitar shredders'.
Após a turnê de lançamento do álbum, Malmsteen sairia da banda e investiria em sua carreira solo, que como era de se esperar, seria de certa forma uma continuação do No Parole. O segundo álbum da banda, Disturbing The Peace, contaria com Steve Vai, que naquele ponto já possuía em seu currículo colaborações com o Frank Zappa.

Destaque para as faixas General Hospital, Hiroshima Mon Amour, Kree Nakoorie e Too Young To Die, Too Drunk To Live.

Axe - Offering

Axe era uma banda da Flórida, surgida no final dos anos 70. Executando um metal comercial e melódico na linha de bandas como Scorpions e UFO, bem como incluindo elementos de AOR, não obteve o mesmo sucesso, lançando quatro álbuns antes de se separarem após a morte do guitarrista Mike Osbourne (nenhum parentesco com o Príncipe das Trevas).
O primeiro álbum, homônimo, foi gravado em 1979. Apesar de ainda um tanto formulaico, o som da banda fazia uma ponte entre o hard rock setentista e o lado festivo do metal oitentista, caracterizando-se assim numa transição entre as duas épocas.
A banda adquiriria mais personalidade e confiança a cada álbum lançado, sendo o terceiro álbum, Offering, provavelmente o mais representativo da banda. Com um Hard Rock inocente e honesto, a banda também estava, a esse ponto, apresentando mais elementos de AOR, bebendo da fonte de bandas como Journey e Foreigner.
Infelizmente, o seu fim brusco e trágico acabou por eliminar qualquer chance de um maior êxito comercial.
Destaque para as seguintes faixas: 'Video Inspiration', a power ballad 'Jennifer', uma cover do Montrose (I Got The Fire) e a ótima 'Silent Soldiers'.