quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Triumph - Rock & Roll Machine


O segundo álbum dos canadenses do Triumph, lançado em 1977, demonstra que, apesar das inevitáveis (e um tanto batidas) comparações com o Rush, a banda possuía uma sonoridade própria, mais vigorosa. Aliás, comparações essas que, geralmente, levam em conta fatores não necessariamente relacionados à música propriamente dita, como o fato das duas bandas serem power-trios e virem da mesma cidade (Toronto), além do fato do guitarrista e vocalista Rik Emmett possuir um vocal bem semelhante a de Geddy Lee (o que é de fato verdade).

Apesar de outra semelhança ser a introdução de elementos de rock progressivo, o Triumph nunca abraçou completamente o estilo (diferentemente do Rush), adotando em vez disso uma sonoridade cada vez mais identificável com o Arena Rock.

A faixa-título mesmo é um bom exemplo disso. Claramente a melhor faixa do álbum, ela viria a ser 'figurinha carimbada' nos shows da banda. Aqui é possível destacar a energia e empolgação características da banda, contando com um Rik Emmett particularmente inspirado, com um solo de tirar o fôlego.

Isso remete, aliás, a outro aspecto digno de nota. É fácil constatar que, assim como o Eddie Van Halen na sua banda, Rik Emmett é claramente superior aos seus companheiros, em termos de técnica. O baterista Gil Moore e o baixista (e às vezes tecladista) Mike Levine são competentes, mas não mais que isso. Além do lado técnico, o guitarrista também é o principal responsável pela introdução de elementos que conferem diversidade às composições da banda. É certo que esses elementos podem ser uma faca de dois gumes, como no caso da suíte 'City' (uma das incursões progressivas da banda). Dividida em três partes, sendo a primeira 'emprestada' do tema do documentário 'Planets' (assim como o King Crimson também já fez), a faixa só fica interessante na segunda parte, 'El Duende Agonizante', uma passagem flamenca. A introdução de passagens acústicas viria a se tornar comum em discos posteriores, passagens essas que incluiriam também elementos de música clássica e até country.

Emmett também é responsável pelas canções que flertam com o AOR, como é o caso de 'Bringing It on Home'. Já Moore é o principal responsável pelas composições mais pesadas, como a faixa-título e 'Takes Time'. Tais diferenças musicais são o motivo da tensão entre os dois, resultando eventualmente na saída de Emmett da banda.

Outra faixa de destaque é uma excelente cover de 'Rocky Mountain Way', de Joe Walsh.

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